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Carlos Evangelista, Poesia, Uncategorized

Vem chegando a Primavera Brasileira

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Vem surgindo a Primavera Brasileira!  Belos dias ensolarados. Muitas flores e pássaros por todos os quadrantes do Brasil.

No Hemisfério Sul, a Primavera começa no dia 23 de setembro e termina no dia 21 de dezembro. No hemisfério Norte, essa estação inicia no dia 22 de março e termina em 21 de junho.

A estação favorece a elevação da umidade do ar, e as chuvas são abundantes. As temperaturas são moderadas e seus dias são mais longos que as noites.

Com isso, ocorre o aumento na reprodução das espécies da flora, que necessitam da água para a fecundação das sementes, além da reprodução da fauna em virtude do aumento das temperaturas.

Para a reprodução, as plantas contam com agentes polinizadores, como o vento, as aves e os insetos. Após chegar ao estigma (parte do órgão reprodutor feminino da planta), o grão de pólen cresce, indo ao encontro dos gametas masculinos, para que seja fecundado e o óvulo se transforme em semente.

A reprodução das plantas acontece, na maioria das vezes, através da germinação das sementes em solo úmido ou na água.

A característica mais marcante do período primaveril é o aparecimento das flores. O Brasil é possuidor de uma flora abundantemente diversificada, com mais de 55 mil espécies, desde as mais simples (pragas) como as mais raras e difíceis de ser encontradas.

As bromeliáceas são as mais comuns, chegando a uma variação de mil e duzentas espécies. Além dessas, temos plantas exóticas, plantas medicinais, espécies arbóreas, palmáceas (palmito, açaí e coco), restingas, mangues, florestas de araucária e campos de altitude, orquídeas, mirtáceas, etc.

Porém, devido à poluição do meio ambiente, várias espécies da flora brasileira encontram-se ameaçadas de extinção e mesmo com a chegada da primavera não é possível encontrá-las em maiores quantidades. O homem precisa criar consciência de que não existe vida sem natureza, pois a natureza é a própria vida!

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A carioca Cecília Meireles (1901-1940) em seu poema PRIMAVERA escreveu:

“A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor”.

 

Na visão poética de Olavo Bilac (1865-1918), sobre a Primavera escreveu

“Ah! quem nos dera que isto, como outrora,
Inda nos comovesse! Ah! quem nos dera
Que inda juntos pudéssemos agora
Ver o desabrochar da primavera!

Saíamos com os pássaros e a aurora.
E, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
Sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
“Beijemo-nos! amemo-nos! espera!”

E esse corpo de rosa recendia,
E aos meus beijos de fogo palpitava,
Alquebrado de amor e de cansaço.

A alma da terra gorjeava e ria…
Nascia a primavera… E eu te levava,
Primavera de carne, pelo braço! “

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O magnífico Poeta Fernando Pessoa (1888-1935) em :

Quando vier a Primavera, Se eu já… registrou:

“ Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é”.
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No poema Canção da Primavera – Mario Quintana (1906-1994) disse:
“Primavera cruza o rio
Cruza o sonho que tu sonhas.
Na cidade adormecida
Primavera vem chegando.

Catavento enloqueceu,
Ficou girando, girando.
Em torno do catavento
Dancemos todos em bando.

Dancemos todos, dancemos,
Amadas, Mortos, Amigos,
Dancemos todos até
Não mais saber-se o motivo…

Até que as paineiras tenham
Por sobre os muros florido”!

Fontes:

https://www.youtube.com/watch?v=sdZIGCW-uzM

https://www.youtube.com/watch?v=6z8swkwzuZk

https://www.youtube.com/watch?v=wH-ngApMMd8

https://www.youtube.com/watch?v=MxPjGHtUFzc

 

Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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