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Ciência Política, José Augusto Hartmann

O positivismo na Ciência Política

imagem retirada de: http://www.viomundo.com.br/humor/minas-sem-censura-aecio-desde-quando-e-desnecessario-pensar.html

A política atacada de positivismo, fez tornar-se Ciência Política. Comte, então, escreveu três página para afirmar que no dia 31 de junho de 1838 surgira, fulgurando num azul celeste majestoso e milenar do céu da Califórnia essa, que seria a joia da ágora, a Ciência Política.

Desde então, passados quase dois séculos dessa data memorável, que jamais sairá da memória dos anais, a joia, a cada dia, torna-se mais opaca. Isso pois não permite limpar o mofo e as teias de aranha que encobrem sua caverna. Seus métodos infalíveis consistem na mais pura lógica formal. Somando dois e dois e os expondo ao rijo crivo da Tabela Verdade temos os resultados que são quebrados a cada cartada do Poder Corruptor (qualquer um dos três).

Enquanto isso, e enquanto seus amigos togados dão o sapientíssimo veredicto innfallívell, a realidade se contorce nos sem-número de atores que não suportam uma caricatura. Os regimes não aceitam se moldarem em sistemas analíticos e, exageradamente, surgem esses críticos que querem arrotar literaturismos sobre as velhas moribundas – porém eternas moribundas.

Retomam-se os cálculos e reerguem-se novos doutores – já preocupados com o custo do geriatra, não zelado pelas ricas autoridades ditatoriais e democráticas.

Reina o plano cartesiano, onde dormem as funções dos sujeitos ditos cognoscentes – mas não seriam cognofatores? Algumas humanidades, vergonhosas, mas estufadas em seu passado, chegaram à autocrítica e reconheceram sua doxa. Outras, muito platônicas para isso, insistem em ser conhecimento, daqueles que merecem três páginas para cantar seu nascimento. Entretanto, mesmo as autocríticas, mantêm seus doctores scholastici, protetores de seus sistemas aristotélico-ptolomaicos.

Massificados podemos acusá-los de uma docilidade diferente da nossa, que é a do papaguedo. No final nada restará mesmo. Nem esses santos pastores.

José Augusto Hartmann é filósofo (FACEL) e historiador (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

Discussão

3 comentários sobre “O positivismo na Ciência Política

  1. Amigo Hartmann, esses pensamentos deveriam ser publicados amanhã, no dia da independência!!! Independência do nosso mesquinho positivismo hipócrita perigoso! Proponho uma continuidade, senão muito, uma hermenêutica deste texto que, acredito, pululará pelos próximos dias em meus pensamentos. Valew.

    Publicado por Eder Silva | 6 de setembro de 2012, 9:38 am
  2. Amanhã seria um ótimo dia Eder, rsrs. O projeto racional (cartesiano, Moderno) pode ser verificado em muitas áreas e é muito difícil conseguir vê-la com mais cautela, uma vez que ainda se mantém um entusiasmo inocente no seu projeto…vou tentar refletir um pouco mais sobre isso. Valeu Eder.

    Publicado por joseaugustohartmann | 6 de setembro de 2012, 1:07 pm
  3. Bela poesia.

    Publicado por kellyheloise | 7 de setembro de 2012, 11:49 am

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